Salão na Rua: ajudando a construir um projeto de vida

Foto e texto: Juliana Liba

A última terça-feira (18) foi marcada por sorrisos repletos de felicidade no evento Salão na Rua. O projeto, realizado pelo Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) Modalidade IV Lapa, contou, pela primeira vez, com a parceria do Serviço de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto (SMSE/MA) Lapa.

O objetivo do evento é de reviver no cidadão a vaidade e cuidados pessoais para aumentar a autoestima, confiança e reconhecimento. Com a participação dos jovens do SMSE, a preocupação foi um pouco mais além: uma capacitação que os ajude a construir um projeto de vida diferente.

Cerca de15 meninos realizam a oficina de cabeleireiro toda terça-feira, divididos entre os períodos matutinos e vespertinos. Segundo o técnico do SMSE/MA Lapa, Alain Gerino, essa ação é importante para valorizá-los. “É necessário trabalhar na socialização deles para adquirirem autonomia’, contou.

Além de aprenderem o passo a passo de um corte de cabelo, o jeito e a posição de segurar a máquina e a tesoura, o conhecimento de barbearia também é repassado aos adolescentes. Para o professor da oficina, Ricardo Gomes, muito mais do que ensinar os métodos, é preciso criar um vínculo com eles.

Foi possível ver a satisfação transbordando nos olhos de cada acolhido que participou da ação. Ademir José Silva, 36 anos, do Centro de Acolhida Zancone, foi um deles. Depois de cortar o cabelo e fazer a barba, ele saiu com um sorriso no rosto. “Me sinto resgatado, minha autoestima aumentou”, declarou Ademir.

O evento também ofereceu manicure e maquiagem para a população em situação de rua. O trabalho é realizado pelos funcionários do SEAS IV Lapa duas vezes por mês. Para a gerente do serviço, Marlene Ferreira da Silva, a parceria realizada reflete a importância de uma rede de serviços fortalecida.

“Estamos unidos para atender os acolhidos. O trabalho em equipe enriquece o saber”, completou Marlene.

Um dos cinco jovens do SMSE Lapa presente no Salão na Rua contou que eventos como esse ajudam a iniciar um sonho e a olhar o mundo de uma forma diferente. “Me sinto feliz porque não estamos apenas nos ajudando, mas também fazendo algo pela comunidade”, disse o garoto de 16 anos.