19ª Caminhada pela Paz: na luta pelos direitos

Heliópolis e região pedem paz e o fim da violência

Foto: Wagner Origenes Nunes
Por: Juliana Liba

Na última quinta-feira (8) a aula saiu um pouco da escola e foi para as ruas da comunidade Heliópolis. A população se uniu para reivindicar direitos e democracia na 19ª Caminhada pela Paz.

A ação, que teve início em 1999 após o assassinato da aluna Leonarda ao sair da escola, reuniu cerca de dez mil pessoas, segundo as organizações Movimento Sol da Paz e União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis e Região (UNAS).

O tema “Políticas Públicas + Consciência Comunitária = Sociedade Educadora” tem sido o carro-chefe há alguns anos. Segundo um dos idealizadores da iniciativa, Braz Rodrigues Nogueira, “se você não tem a consciência comunitária, não tem garantia que a política pública vai funcionar”.

Braz também comentou sobre a importância da educação no processo da justiça social. “Tudo passa pela educação. A escola tem que ser um templo de liderança articulada com as lideranças da comunidade. E juntos lutar não só pela educação de qualidade, mas pela efetivação de todos os direitos."

A Caminhada pela Paz é reflexo de um trabalho contínuo realizado pelas escolas e projetos educacionais e socioassistenciais, como o CCA, MSE e SASF. Esse processo é realizado por meio de reuniões mediadas pelo Movimento Sol da Paz em que são discutidos temas sobre a violência ao longo do ano.

A ação foi liderada por um carro de som em que muitas pessoas manifestaram palavras em busca de uma sociedade inclusiva. Cada grupo presente se expressou de maneira diferente. Alguns fantasiados, outros tocando instrumentos de percussão. Mas todos, crianças, jovens, adultos e idosos, com muita força gritavam pela paz e o fim de toda e qualquer violência.

A caminhada saiu do CEU Heliópolis, passou pelo Instituto Baccarelli, que recebeu a comunidade ao som de um coral, encontrou com o CCA Heliópolis e terminou no ponto de partida.

Para a diretora da UNAS, Antônia Cleide Alves, ainda é preciso fazer muita coisa para melhorar a situação da comunidade, mas que projetos têm auxiliado bastante no processo, como o Proteção Básica presente nos CCAs. “Eles são importantes porque quando a criança não está na escola, ela está nesses espaços fortalecendo o seu ensino através de atividades. Essa parceria do CCA com a escola é fundamental.”

Antônia Cleide finalizou dizendo que todos esses profissionais, educadores e comunidade acreditam e apoiam as crianças. “Elas podem ser o que elas quiserem ser. Isso é o que importa.”

Josafá Andrade, 12 anos, beneficiário do CCA Parceiros, disse o que a Caminhada pela Paz resumia. “A nossa força pode melhorar tudo. E é isso o que eu quero, ajudar minha comunidade.”