SMADS participa da 2ª ação do Cidade Linda, na Avenida Paulista

Foto: Rose Balduino

Por Rose Balduino

No último sábado (7) foi a vez da Avenida Paulista receber o Programa São Paulo Cidade Linda da prefeitura. Entre as ações estabelecidas, a SMADS atuou com suas equipes de orientadores socioassistenciais em toda a região, abordando pessoas em situação de rua e vulnerabilidade social.

Soninha Francine, secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, participou juntamente com o prefeito e secretários e prefeitos regionais, trajando o uniforme de gari, como ato simbólico de valorização do trabalho dos profissionais que cuidam da limpeza na cidade.

Assediada pela imprensa e por inúmeras pessoas que passavam pela avenida, Soninha atendeu a todos, respondendo a dúvidas quanto à situação dos moradores em situação de rua e quais ações serão tomadas sobre esta grande demanda. “A Assistência Social é um trabalho mil vezes mais complexo do que o Cidade Linda. A gente vem junto, porém atuamos aqui diariamente. A Assistência Social, ao mesmo tempo que está aqui está na Sé, está também na Nove de Julho, em todos os lugares. E num esforço concentrado neste programa”, afirmou.

Indagada sobre a profissionalização das pessoas em situação de rua, Soninha informou que existe o Projeto De Novo. “É uma constante se tirar o máximo proveito do que já existe. Tem o programa Operação Trabalho, que é uma lei, que abre diversas linhas de ação voltadas para jardinagem e zeladoria, outras para o atendimento ao público, que é o caso do Agente Suas contratado via Operação CAT”, diz a secretária. “Como eles (os agentes) fazem esse mapeamento na rua, fomos mapeando o serviço público e descobrimos, junto com a Secretaria do Trabalho, que temos muitas vagas ociosas dos programas que foram oferecidos ao Braços Abertos. Foram oferecidas 500 vagas e hoje não temos 500 pessoas ocupando essas vagas pelo DBA (Programa De Braços Abertos). Se analisarmos o decreto do DBA, que é um programa para dependentes de drogas, não limita somente a usuários de crack, mas às pessoas que têm problemas de dependência. Na população de rua, a maior incidência de dependentes é do álcool. Então é perfeitamente possível utilizar as vagas da Operação Trabalho que estão desocupadas ou ociosas, levando em conta que a população de rua tem um problema prevalente de dependência que é a do álcool. Então o primeiro passo é mapear o que já existe o que está vago, o que está no orçamento e o que está contratado e ocupar isso da melhor maneira possível, depois ir expandindo”, declarou.

“Outra coisa que está no nosso horizonte a curto prazo, é que a Prefeitura demanda serviços”, diz Soninha. “Temos os albergues e fomos visita-los e constatamos que precisam de mais um banheiro, trocar as torneiras, reformar a fiação. E enquanto você percorre esses lugares, os próprios conviventes pedem trabalho. Você pergunta sobre o que eles sabem fazer e alguns são eletricistas, outros pintores, outros fazem hidráulica. É tão sem sentido, porque eles pedem trabalho e eu (a Prefeitura) providencio um lugar para eles ficarem enquanto não têm trabalho. É uma cadeia improdutiva. Precisamos transformar isso numa cadeia produtiva”, disse.

A secretária conta que por onde as equipes do Programa São Paulo Cidade Linda passam, as pessoas pedem para trabalhar. Funcionários das empresas que dão apoio com mutirões voluntários e caminham junto às equipes recebem vários currículos durante o trajeto. “Nos próximos dias essas pessoas que entregam currículo vão sendo chamadas porque querem trabalhar na varrição e em outras funções, diz Soninha. “E não é nem frente de trabalho, elas vão para o RH da empresa mesmo, que precisa desse recurso. Uma das coisas muito importantes que a Prefeitura pode fazer é essa intermediação, com o CAT (Centro de Atendimento ao Trabalhador)”, conclui.

“Precisamos ligar tudo na potência máxima, estamos com uma demanda intensa. Precisamos aumentar a intermediação de mão de obra colocando CATs para funcionar, o CAT Móvel no eixo do Cidade Linda, por exemplo. Precisamos para outras semanas um Poupatempo Móvel, um CAT Móvel”, disse Soninha.


Entre outras questões, o prefeito João Dória foi indagado sobre a situação dos moradores em situação de rua que estão embaixo do Viaduto Nove de Julho desde a primeira ação do Programa São Paulo Cidade Linda realizada no último dia 2, na Praça 14 Bis. “Ali a situação é transitória. E isto está sendo feito com muito cuidado e atenção pela equipe da Sonia Francine. Uma equipe de várias pessoas, durante duas semanas dialogando e conversando. Aquilo é transitório. Eles irão depois para o Espaço Vida. Os albergues serão transformados em Espaços Vida. São 83 na cidade de São Paulo. O primeiro que está sendo reformado e readaptado é o Prates, para onde serão convidadas essas pessoas a irem, mas com direito de permanecerem lá durante todo o dia. Eles não serão convidados a sair como era antes às 6h da manhã, quando tocava a campainha, eles eram obrigados a voltar para as ruas. E no Espaço Prates eles terão também treinamento profissionalizante para padaria, serviços básicos de construção civil, junto com o Fundo Social de Solidariedade e outras instituições. Este será o primeiro modelo do Espaço Vida”, declarou.